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quinta-feira, 3 de abril de 2014

AS INTOLERÂNCIAS DO APÓSTOLO PAULO

Por Adiel Teófilo. 

A tolerância é fundamental na vida em sociedade, para a aceitação das diferentes opiniões e comportamentos individuais. Contudo, vivemos o tempo em que a tolerância é exaltada como virtude suprema, enquanto outros valores importantes são desprezados. A Igreja de Jesus Cristo está inserida nesse contexto e tem enfrentado muitas críticas, além de fortes pressões, para abrir mão de princípios Bíblicos inegociáveis. Tudo em nome da propalada tolerância social.

Diante dessa realidade, muitos cristãos têm adotado uma postura tímida e até hesitante em face das condutas claramente condenadas pela Palavra de Deus. Estão contribuindo dessa forma para calar a Verdade do Evangelho que liberta, ao passo que a mentira e o pecado que oprimem ganham mais vez e voz na sociedade. Basta analisar como determinados comportamentos negativos são tão enfatizados atualmente.

Ora, saber respeitar as liberdades individuais, não significa suprimir da Igreja, que é uma comunidade dentro da coletividade, o direito de pensar diferente e de expressar livremente a pregação do Evangelho de Jesus Cristo. Por isso, a convivência pacífica com as diferenças, seja de pensamento ou de comportamento, não pode jamais ser confundida com a omissão ou a conivência com as práticas pecaminosas. Seja dentro ou fora dos templos evangélicos.

E mais! A questão é de vida ou morte eterna! “Não sabeis que os injustos não hão de herdar o reino de Deus? Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus” (I Coríntios 6.9-10).

Porquanto, a liberdade de manifestação do pensamento deve ser de igual medida para todos na sociedade! Se a usam para propalar o pecado, devemos então usá-la para combatê-lo! Não lutando contra as pessoas, mas contra o engano que lhes causa tantos males. Precisamos fazer isso da mesma forma que o Apóstolo Paulo fez, assim como está registrado em suas missivas.

A começar pelos de casa, adverte para observarmos bem aqueles que provocam divisões e escândalos, que se comportam em desacordo com as Escrituras. E acrescenta: “Afastai-vos deles, porque esses não servem a Cristo, nosso Senhor, e, sim, a seu próprio ventre” (Romanos 16.17-18). Apesar da clareza desse imperativo, há cristãos bajulando escandalizadores e flertando com suas práticas anti-Bíblicas.

Admoesta para não nos associarmos com os impuros. Não está se referindo à convivência com os de fora do arraial evangélico, porque neste caso teríamos que sair do mundo. “Mas agora vos escrevo que não vos associeis com alguém que, dizendo-se irmão, for impuro, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com esse tal nem ainda comais” (I Coríntios 5.9-11).

E prosseguindo, afirma que Deus julgará os que são de fora. No entanto, quanto a nós e aos nossos líderes, indaga o Apóstolo: “não julgais vós os de dentro?”. Sua resposta não é nada tolerante: “Expulsai, pois, de entre vós o malfeitor” (I Coríntios 5.12-13). Mas, o pior é quando o malfeitor deveria expulsar a si mesmo e ninguém o faz!

Recomenda também para não nos colocarmos em jugo desigual com os incrédulos. Porque não pode haver sociedade entre a justiça e a iniquidade, nem comunhão da luz com as trevas. Não há harmonia entre Cristo e o maligno, nem união do crente com o incrédulo. Enfim, não há ligação entre o santuário de Deus e os ídolos. “Por isso, retirai-vos do meio deles, separai-vos, diz o Senhor, não toqueis em cousas impuras, e eu vos receberei, serei vosso Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-Poderoso” (I Coríntios 6.14-18). No entanto, há cristãos que ainda insistem em estabelecer relacionamentos contrariando esses preceitos da Bíblia Sagrada. E ainda têm a petulância de invocar a benção do Senhor sobre uma união que já é maldita por sua própria natureza!

O Apóstolo dos gentios não fazia cerimônia, nem mesmo com os mais antigos. Quando viu que o Apóstolo Pedro não procedia corretamente segundo a verdade do Evangelho, porque temendo os da circuncisão se afastou para dissimular que comia com os gentios, Paulo o repreendeu na presença de todos (Gálatas 2.11-14). Aos crentes da Galácia, os chamou de "insensatos!" Isso, porque iniciaram a jornada cristã no poder do Espírito Santo, todavia estavam em declínio, aperfeiçoando mesmo nas obras da carne (Gálatas 3.1-3).    

Diante das obras infrutíferas das trevas, não ensinou tolerar o erro para manter as amizades. Asseverou que não devemos ser participantes nem companheiros dos que usam palavreado torpe, dos devassos, impuros ou avarentos. Não devemos ser cúmplices de suas más ações. “Antes, porém, reprovai-as. Porque o que eles fazem em oculto, o só referir é vergonha” (Efésios 5.3-12). E reprovar é rejeitar, censurar com severidade. Não é simplesmente discordar e permanecer calado.

Escrevendo aos cristãos da igreja em Filipos, advertiu: “Acautelai-vos dos cães!” (Filipenses 3.2). Não se trata dos quadrúpedes, tais como os que comeram a carne de Jezabel (II Reis 9.36), pois são conhecidos como melhor amigo do homem. O Apóstolo Paulo está dizendo para tomarmos cuidado com as pessoas de mau caráter, de índole má, aqueles que ficarão de fora da Cidade Santa, a nova Jerusalém Celestial (Apocalipse 22.15).

Advertiu ainda, naquele mesmo versículo: “Acautelai-vos dos maus obreiros”. E aqui não resta dúvida: tomem cuidado com os obreiros moralmente reprováveis, que não possuem as qualificações pastorais (I Timóteo 3 e Tito 1 e 2). “E estes cães são gulosos, não se podem fartar; e eles são pastores que nada compreendem; todos eles se tornam para o seu caminho, cada um para a sua ganância, cada um por sua parte” (Isaías 56.11).

No tocante aos Obreiros que governam bem, devem ser estimados com honra duplicada, principalmente quem trabalha na pregação e ensino das Escrituras. São dignos do salário e contra eles não se deve receber denúncia, senão com o depoimento de duas ou três testemunhas (I Timóteo 5.17-19). Entretanto, “aos que pecarem, repreende-os na presença de todos, para que também os outros tenham temor” (I Timóteo 5.20). Será justa essa sentença? A alta posição eclesiástica não asseguraria maior tolerância? Não é bem assim! “Àquele a quem muito foi dado, muito lhe será exigido; e àquele a quem muito se confia, muito mais lhe pedirão” (Lucas 12.48).

Por derradeiro, profetizou acerca dos tempos trabalhosos dos últimos dias, cujo tempo já chegou! “Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela” (II Timóteo 3.1-5). E o que fazer com gente desse tipo? O Apóstolo Paulo arremata com a tolerância que lhe é peculiar: “Destes afasta-te” (v.5).

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