A
tolerância é fundamental na vida em sociedade, para a aceitação das diferentes
opiniões e comportamentos individuais. Contudo,
vivemos o tempo em que a tolerância é
exaltada como virtude suprema, enquanto outros valores importantes
são desprezados. A Igreja de Jesus Cristo está inserida nesse contexto e tem
enfrentado muitas críticas, além de fortes pressões, para abrir mão de
princípios Bíblicos inegociáveis. Tudo em nome da propalada tolerância social.
Diante
dessa realidade, muitos cristãos têm adotado uma postura tímida e até hesitante
em face das condutas claramente condenadas pela Palavra de Deus. Estão
contribuindo dessa forma para calar a Verdade do Evangelho que liberta, ao
passo que a mentira e o pecado que oprimem ganham mais vez e voz na sociedade. Basta
analisar como determinados comportamentos negativos são tão enfatizados
atualmente.
Ora, saber respeitar
as liberdades individuais, não significa suprimir da Igreja, que é uma
comunidade dentro da coletividade, o direito de pensar diferente e de expressar
livremente a pregação do Evangelho de Jesus Cristo. Por isso, a convivência
pacífica com as diferenças, seja de pensamento ou de comportamento, não pode jamais
ser confundida com a omissão ou a conivência com as práticas pecaminosas. Seja
dentro ou fora dos templos evangélicos.
E mais! A questão é
de vida ou morte eterna! “Não sabeis que
os injustos não hão de herdar o reino de Deus? Não erreis: nem os devassos, nem
os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os
ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os
roubadores herdarão o reino de Deus” (I Coríntios 6.9-10).
Porquanto,
a liberdade de manifestação do pensamento deve ser de igual medida para todos
na sociedade! Se a usam para propalar o pecado, devemos então usá-la para
combatê-lo! Não lutando contra as pessoas, mas contra o engano que lhes causa
tantos males. Precisamos fazer isso da mesma forma que o Apóstolo Paulo fez, assim
como está registrado em suas missivas.
A
começar pelos de casa, adverte para observarmos bem aqueles que provocam divisões
e escândalos, que se comportam em desacordo com as Escrituras. E acrescenta: “Afastai-vos deles, porque esses não servem
a Cristo, nosso Senhor, e, sim, a seu próprio ventre” (Romanos 16.17-18).
Apesar da clareza desse imperativo, há cristãos bajulando escandalizadores e
flertando com suas práticas anti-Bíblicas.
Admoesta
para não nos associarmos com os impuros. Não está se referindo à convivência
com os de fora do arraial evangélico, porque neste caso teríamos que sair do
mundo. “Mas agora vos escrevo que não
vos associeis com alguém que, dizendo-se irmão, for impuro, ou avarento, ou
idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com esse tal nem ainda
comais” (I Coríntios 5.9-11).
E
prosseguindo, afirma que Deus julgará os que são de fora. No entanto, quanto a nós
e aos nossos líderes, indaga o Apóstolo: “não
julgais vós os de dentro?”. Sua resposta não é nada tolerante: “Expulsai, pois, de entre vós o malfeitor”
(I Coríntios 5.12-13). Mas, o pior é quando o malfeitor deveria expulsar a
si mesmo e ninguém o faz!
Recomenda
também para não nos colocarmos em jugo desigual com os incrédulos. Porque não pode
haver sociedade entre a justiça e a iniquidade, nem comunhão da luz com as
trevas. Não há harmonia entre Cristo e o maligno, nem união do crente com o incrédulo.
Enfim, não há ligação entre o santuário de Deus e os ídolos. “Por isso, retirai-vos do meio deles,
separai-vos, diz o Senhor, não toqueis em cousas impuras, e eu vos receberei,
serei vosso Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor
Todo-Poderoso” (I Coríntios 6.14-18). No entanto, há cristãos que ainda insistem
em estabelecer relacionamentos contrariando esses preceitos da Bíblia Sagrada. E
ainda têm a petulância de invocar a benção do Senhor sobre uma união que já é
maldita por sua própria natureza!
O
Apóstolo dos gentios não fazia cerimônia, nem mesmo com os mais antigos. Quando
viu que o Apóstolo Pedro não procedia corretamente segundo a verdade do
Evangelho, porque temendo os da circuncisão se afastou para dissimular que
comia com os gentios, Paulo o repreendeu na presença de todos (Gálatas 2.11-14). Aos crentes da Galácia, os chamou de "insensatos!"
Isso, porque iniciaram a jornada cristã no poder do Espírito Santo, todavia estavam
em declínio, aperfeiçoando mesmo nas obras da carne (Gálatas 3.1-3).
Diante
das obras infrutíferas das trevas, não ensinou tolerar o erro para manter as
amizades. Asseverou que não devemos ser participantes nem companheiros dos que
usam palavreado torpe, dos devassos, impuros ou avarentos. Não devemos ser cúmplices
de suas más ações. “Antes, porém,
reprovai-as. Porque o que eles fazem em oculto, o só referir é vergonha”
(Efésios 5.3-12). E reprovar é rejeitar, censurar com severidade. Não é
simplesmente discordar e permanecer calado.
Escrevendo
aos cristãos da igreja em Filipos, advertiu: “Acautelai-vos dos cães!” (Filipenses 3.2). Não se trata dos quadrúpedes,
tais como os que comeram a carne de Jezabel (II Reis 9.36), pois são conhecidos como
melhor amigo do homem. O Apóstolo Paulo está dizendo para tomarmos cuidado com as
pessoas de mau caráter, de índole má, aqueles que ficarão de fora da Cidade
Santa, a nova Jerusalém Celestial (Apocalipse
22.15).
Advertiu ainda,
naquele mesmo versículo: “Acautelai-vos
dos maus obreiros”. E aqui não resta dúvida: tomem cuidado com os obreiros moralmente
reprováveis, que não possuem as qualificações pastorais (I Timóteo 3 e Tito 1 e 2).
“E estes cães são gulosos, não se podem
fartar; e eles são pastores que nada compreendem; todos eles se tornam para o
seu caminho, cada um para a sua ganância, cada um por sua parte” (Isaías 56.11).
No tocante aos
Obreiros que governam bem, devem ser estimados com honra duplicada,
principalmente quem trabalha na pregação e ensino das Escrituras. São dignos do
salário e contra eles não se deve receber denúncia, senão com o depoimento de
duas ou três testemunhas (I Timóteo 5.17-19).
Entretanto, “aos
que pecarem, repreende-os na presença de todos, para que também os outros
tenham temor” (I Timóteo 5.20). Será justa
essa sentença? A alta posição eclesiástica não asseguraria maior tolerância? Não é bem assim! “Àquele a quem muito foi dado, muito lhe será
exigido; e àquele a quem muito se confia, muito mais lhe pedirão” (Lucas 12.48).
Por derradeiro,
profetizou acerca dos tempos trabalhosos dos últimos dias, cujo tempo já chegou!
“Porque haverá
homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos,
desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural,
irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os
bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos
de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela” (II Timóteo
3.1-5). E o que fazer com gente desse
tipo? O Apóstolo Paulo arremata com a tolerância que lhe é peculiar: “Destes afasta-te” (v.5).
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