Por que foi tão
difícil para Paulo e os outros apóstolos combaterem os falsos mestres em seus
dias?
Muitas pessoas
esperam que aqueles que deturpam e torcem as verdades bíblicas sejam pessoas
não amáveis, sem simpatia, sem carisma... Paulo disse aos coríntios: “E não
é maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz” (Coríntios 11:14). “Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva
com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos
sentidos, e se apartem da simplicidade que há em Cristo” (2 Coríntios 11:3).
Em toda a história
da igreja homens que propagaram heresias destruidoras eram amáveis, simpáticos,
falavam em amor ao próximo, se empenhavam em caridade... Hoje é assim como
sempre foi. Podemos ensinar doutrinas antibíblicas enquanto falamos em ajuda
aos pobres, missão integral, igreja relevante... Na verdade, todas as religiões
podem falar sobre temas simpáticos, agradáveis, caridosos, sendo mesmo assim
o oposto da revelação bíblica. Podemos passar horas lendo Confúcio, Budismo...
Mas nossa questão aqui são heresias que saem da igreja, de líderes na igreja,
simpáticos, caridosos... Paulo quando fala sobre líderes que ensinam doutrinas
heréticas e desviam homens da verdade, diz: “e com suaves palavras e
lisonjas (bajulações) enganam os corações dos simples” (Romanos 16:18).
Falsos mestres são
simpáticos, amáveis e adoram falar sobre amor. Mas o amor que é proposto é um
tipo de amor completamente diferente do que a Bíblia ensina. É um
sentimentalismo que põe a verdade de lado em nome do que chamam amor. Qualquer amor
que é destrutivo para a verdade total do evangelho (com todo seu lado ofensivo
ao homem natural), qualquer amor que ignora a verdade e a vê como um obstáculo,
chamando-a de dogmatismo, qualquer amor que é tolerante com o erro ou propaga
o erro, tem que ser completamente evitado e combatido, porque isso não está
nem próximo da essência daquilo que a Bíblia chama de amor. Toda conversa sobre
amor, caridade, missão, união, que põe a verdade de lado é exatamente o
trabalho dos falsos mestres, falsos profetas... Como é doce ouvir “paz, paz...”
– “E curam superficialmente a ferida da filha do meu povo, dizendo: Paz,
paz; quando não há paz” (Jeremias 6:14). É isso que Paulo enfatiza: “e
com suaves palavras e lisonjas (bajulações) enganam os corações dos simples”
(Romanos 16:18).
Na história da
igreja homens que ensinaram doutrinas terríveis eram homens simpáticos e
amáveis. Ário (Arius 256-336) negava a divindade de Cristo. Ele defendia
que o Logos e o Pai não eram da mesma essência, que o Filho era uma criação do
Pai, que houve um tempo em que o Filho ainda não existia. Era um líder
cristão em Alexandria. Mas é dito sobre ele que era um homem simpático,
amável. Era descrito como - brilhante, companheiro, atraente, um tipo
de cidadão que todos gostariam de ter ao seu lado em causas nobres. Um tipo de
homem que todos gostavam de ver ensinando a Bíblia. Ele foi imensamente
popular nos seus dias... Exatamente o que Paulo disse: “e com suaves
palavras e lisonjas (bajulações) enganam os corações dos simples” (Romanos 16:18).
Outro homem que
ensinou as mesmas heresias foi Socino (Fausto Socinus 1539-1604). Seu ensino
rejeitou os pontos de vista ortodoxos da teologia cristã no conhecimento de Deus,
sobre a doutrina da Trindade, divindade de Cristo, e na soteriologia.
Mas ele em si era um cara legal e simpático, amável... Ele é descrito como um
verdadeiro cavaleiro. Sua moral estava acima de qualquer suspeita e era
conhecido por sua cortesia infalível. É descrito como muito mais cortês do que
os Reformadores que viveram na mesma época, Calvino, Lutero... Enfim, Socino é
descrito como homem exemplar.
Eis o motivo porque
raramente é ou será popular combater e resistir os falsos mestres. Eis o motivo
porque Paulo teve grandes problemas para combatê-los em Corinto, na igreja dos
Gálatas, e em todas as outras igrejas. Falsos mestres, hereges, são amáveis,
falam muito sobre o amor, em ajuda aos necessitados, são simpáticos, falam
sobre “paz, paz”. Então eles quase sempre são vistos como uma benção para a
igreja. Eles sempre tem palavras cativantes. Eles são atenciosos. Eles falam o
que muitos querem ouvir. Eles estão prontos a adaptar a verdade. Eles são
cavaleiros... Então Paulo diz: “e com suaves palavras e lisonjas
(bajulações) enganam os corações dos simples” (Romanos 16:18).
“Suaves palavras” –
A frase significa discurso suave. Eles sabem falar de forma inteligente. O
diabo coloca os erros mais devastadores não na boca de hereges óbvios... Ele
não coloca esses erros na boca de homens que são um desastre para o objetivo
dele. Palavra suaves e lisonjas. A palavra é eulogia, como elogio. É a
ideia de uma eloquência falsa, mentiras bem escolhidas e que tem um som
atraente e enganam o coração dos ingênuos, é o que Paulo diz.
Inteligente, eloquente, polido, de fala suave, elogiando, lisonjeiro, abraçando
causas nobres... Ele ganha o ouvido e engana o coração.
Nunca, nunca será
popular resistir falsos mestres na igreja, eles são vistos como benção e não
tragédia!
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