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segunda-feira, 30 de julho de 2007

MULHERES DE PRESOS

Temos sempre algo a aprender com as pessoas, por mais simples que elas aparentam ser. Assim é quanto a essas abnegadas e incansáveis visitantes – mulheres de presos. Sim, elas têm algo a nos ensinar. São anônimas entre a massa carcerária, vinculadas a um interno por meio de um simples cadastro. Isso aos nossos olhos atentos de policiais em vigilância. Não obstante, laços afetivos inexplicáveis unem essas mulheres a um ente querido, o qual elas reputam em alta conta, por mais alta que seja a conta de liquidação de sentença (tempo de pena a cumprir).

São mulheres que não mensuram dificuldades nem se abatem diante da adversidade. Pernoitam em acantonamento ou despertam antes do alvorecer. Comem o pão que penosamente granjeiam ou nem o comem para compor com sacrifício a “cobal” (cesta de alimentos destinada ao preso). Percorrem quilômetros mal acomodadas em coletivos ou de carona com alguém conhecido. Suportam filas, senhas e longas horas de espera para o ingresso no estabelecimento prisional. Algumas até ficam alopradas, mas são poucas e logo passa a contrariedade. Submetem-se às mais rigorosas revistas pessoais e de pertences, bem como ao uso de indumentária nos padrões recomendados. Tudo, para estar perto daquele que a sociedade o quer bem longe.

É interessante notar que pouco ou quase nada recebem em troca. Até mesmo porque seus companheiros não têm o que lhes oferecer, a não ser algumas poucas horas de companhia e contato direto, mesmo assim, não raras vezes, dentro de um pátio onde cada palmo é disputado por diversos outros internos e visitantes. Apesar disso, entregam-se e se dedicam com extrema liberalidade. Satisfazem até as necessidades mais íntimas do prisioneiro, aprisionando-se com ele na própria cela, sem o conforto e a privacidade da alcova, para a consumação do cobiçado “parlatório” (encontro íntimo). Há quem chega ao extremo de até mesmo disponibilizar as cavidades naturais do corpo para a introdução de substâncias de uso proscrito, cedendo desse modo aos caprichos mais infames.

Exageros à parte, são de fato muito devotadas. Vão ao sacrifício próprio para satisfazer o ser amado, por mais repudiado que ele seja diante de todos. Realizam com disposição o que muitos não fariam nem mesmo recebendo uma boa recompensa em troca. Mulheres de presos, quem poderá superá-las?
                                                                                                      Adiel Teófilo